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segunda-feira, 21 de março de 2011

Você não gosta das mesmas coisas que eu gosto
Suas bandas preferidas estão na minha lista negra
Seu conceito de diversão está bem longe do meu
Já te disse que não gosto de filme de terror
Você vem com aquele papo de que opostos se atraem
De física eu entendo, é você que não compreendo
GOsto de estudar, você de brincar
Você acha que um dia poderia me encantar?
Eu sou chata, eu confesso
E isso não me importa
Me livro de apaixonar por pessoas como você
Não adianta, não dá
Para de me atormentar, seguir, pedir
Não vou te dar uma chance, você consegue me entender?
VOcê é jovem e eu não sou a única
Se apaixone por alguém que goste de você
Eu não sou sem educação
E sim, eu tenho um coração
Apenas não me importa se está depressivo
Não tenho um divã, prozac é para essas coisas
Você já me mostrou ser mais problemático do que eu
De problemas já bastam os meus
Eu tenho projetos e você nunca esteve neles
Não tem espaço pra você no meu livro dos sonhos...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Se um dia você voltar

Eu sempre acreditei em tudo que você me disse
Cheguei até acreditar que poderíamos voar
Eu acreditei em tuas palavras
Acreditei em você
Sentávamos a beira do mar
e olhávamos os pássaros a voar
Você sempre me dizia que tudo era possível
Não importava o que eu passasse
Se eu quisesse sempre seria feliz
Posso ver além das montanhas
Posso ver no horizonte
O seu sorriso, seu olhar
Seu ar gentil, sua respiração doce
Posso sentir seu abraço me envolvendo
Me aquecendo, me enlouquecendo
Posso ouvir ainda sua linda voz
Me dizendo confia em mim
Tuas conversas inteligentes que me deixavam sem palavras
O vento me traz lembranças tuas
Sem saber onde está você
Fico aqui no mesmo lugar
Pra que se um dia você voltar
Você possa me encontrar
Só quero que saiba
Que ainda amo você!

Sinto sua falta

A última imagem que persiste em minha mente
Você deitado numa cama de madeira
Sem sinal de vida, de respiração
Fico imaginando como seria bom
Se você ainda estivesse comigo
Eu não sei se podes me ver
Muito menos se podes me ouvir
Mas estou aqui contando
Como sinto sua falta
Gostaria que visse
Naquilo que me tornei
Você se orgulharia, mas
Onde você está agora?
A eternidade é tão distante.

sábado, 12 de março de 2011


Eu me mudo
As pessoas mudam
Eu mudo
Eu me afasto
Não procuro
Tudo muda
Vem saudade
Vem lembrança
Vem mudança...

(Ananda Krishina)

Quincas Borba - Machado de Assis

Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da morte. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir a outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.


(Machado de Assis, Quincas Borba. Cap. VI)